DESMENTINDO A TESE DE QUE O DESENVOLVIMENTO SÓ É POSSÍVEL QUANDO HÁ ALTERNÂNCIA POLÍTICA





 ‘’Dai-me a liberdade absoluta de pensar, falar e argumentar de acordo com a minha consciência, acima de todas as liberdades’’, John Milton, escritor inglês que viveu neste mundo entre 1607 e 1779.



A falsa tese que tem sido veiculada pelas potências ocidentais e seus servos nos países que são governados por regimes que ousaram lutar pelos direitos dos seus povos, como é o caso da FRELIMO, está sendo mais ecoada agora que o País está em campanha eleitoral, porque esperam com isso persuadir cada vez mais moçambicanos a votarem contra este Partido liderado agora pelo pragmático e pacifista Filipe Nyusi.

Para os que não estão familiarizados pelos truques a que as Potencias Ocidentais têm recorrido para justiçar a sua intenção de mudar os regimes que não são do seu agrado, facilmente se deixam levar com a tal tese de que não pode haver desenvolvimento enquanto um País é governado pelo mesmo Partido durante muito tempo, como é o caso de Moçambique que está a 44 anos nas mãos da FRELIMO. O que é pior é disseminada cegamente em ponto grande por políticos e certos membros da dita Sociedade Civil moçambicanos. Repetem também a tal falsa tese de que não pode haver desenvolvimento em Moçambique enquanto não haver a tal ALTERNÂNCIA POLIÍICA! Isto é, a mudança da FRELIMO por outro partido da Oposição!

Trata-se duma falsa tese amiúde usada pelas Nações Ocidentais e os tais seus servos da Quinta Coluna para afastarem do Poder os governos ou regimes que não servem os seus interesses hegemónicos. O que prova que é uma tese falsa a todas as luzes é que há muitos países por esse mundo fora que se desenvolveram à velocidade da luz até e outros que se estão desenvolvendo sem que nunca tenha tido uma alternância política ou tenha havido uma ascensão de um outro partido em substituição de um anterior.

SINGAPURA E CHINA SÃO ALGUNS DOS PAÍSES QUE PROVAM QUE FALTA DE ALTERENÂNCIA  NÃO NEM IMPEDE O DESENVOLVIMENTO

Entre os vários países que agora me vêm à memoria são a Singapura e a China, que há mais de 50 anos são governados pelos mesmos partidos mas que registaram ao longo desse mais de meio século um desenvolvimento à tal velocidade à luz que aqueles que têm tido a tal alternância.

No caso da Singapura, não só tem estado a ser governado pelo mesmo Partido de Acção Popular (PAP) desde 1959, ou seja, um anos antes de Nyusi nascer, como tem sido governada por uma mesma e única família por recorrente vontade do seu povo expressa nas urnas. Por isso o actual primeiro-ministro da Singapura responde sempre aos apelos da oposição no sentido de não mais votarem no PAP, instando os seus compatriotas a tomarem as suas decisões baseando-se no que o PAP fez para eles e não na falácia dos que sedentos pelo Poder.

‘’Caros compatriotas, olharem para o desempenho do PAP em vez de tomarem em consideração as exigências de reformas que são feitas pela Oposição’’, disse durante a campanha que antecedeu as últimas eleições. É uma asserção que bem pode ser usada pelos dirigentes e membros da FRELIMO, já que também eles têm um grande palmarés de desempenho que só não é visto por quem não tem olhos para ver como dizia Jesus Cristo ou pelos que usam óculos de madeira como dizia Fidel Castro. É um desempenho tão grande não obstante as destruições das infra-estruturas e interrupções ao desenvolvimento causadas por um dos partidos da Oposição com um ADN belicista, que estranhamente tem sido tolerado e beneficiado do ‘’apoio dos de fora’’, citando agora o conceituado académico moçambicano, Elísio Macamo. Quando a FRELIMO proclamou a independência em 1975, mais de 90% dos 10 milhões de moçambicanos que perfaziam a população do País, eram analfabetos. Só havia escolas secundárias na capital e uma única e pequena universidade também só na capital, contra mais de 40 que agora que se construíram pelas 10 províncias do País. Para Elísio Macamo, os tais de fora deviam era isolar tal Partido, como o têm feito nos seus próprios países sempre que se guiam por políticas de jaez militar ou que actuem contra as leis e normas.

Por incrível que pareça, mesmo que tal Partido cometa atrocidades, nunca não o repreendem sequer e mantêm o seu apoio, incluindo em termos financeiros e materiais. Nestas eleições, por exemplo, estão a dar a esse Partido com um ADN belicista muitos dólares e euros, como uma das formas de garantir que ganhe as eleições de 15 de Outubro próximo. É um apoio que espanta os que não dominam a política hegemonista dos tais de fora de que fala o compatriota Macamo. Esperam reaver tais dólares porque o novo líder do tal Partido jurou que caso ganhar, irá criar condições todas as especiais julgadas necessárias para eles, para que os seus futuros investimentos em Moçambique tenham um retorno dobrado ou mesmo triplicado. Apurei de fontes dignas de credito, que o novo líder desse Partido, que agora está numa grande crise no seu seio familiar que se resume a duas alas tribais, reiterou essa promessa quando na deslocação secreta que fez a Portugal pouco antes do arranque da presente campanha eleitoral. 

É mesmo por isso que tudo fazem para desalojar a FRELIMO do Poder alegando que já está governar há muito tempo. É como disse uma alegação, porque se assim fosse regra para todos, deviam aplicá-la também para o PAP que voltou a ganhar esmagadoramente as últimas eleições gerais realizadas na Singapura, renovando assim a sua permanência no Poder que detém há 56 anos já. O PAP ganhou 83 dos 89 assentos do Parlamento singaporiano, o que catapultou Lee Hsien Loong, filho do antigo líder independentista e Primeiro-Ministro Lee Kuan Yew, à liderança daquele País-Cidade, por sinal, um dos mais prósperos da Ásia e do Mundo.

Nestas ultimas eleições multipartidárias, o principal partido da Oposição ganhou apenas três lugares, menos um que nas anteriores. O fundador da Singapura e pai do actual primeiro-ministro governou aquele país desde a sua independência até à sua morte a 23 de Março deste ano, com 91 anos de idade.

Apesar de que Lee Kuan Yew ficou no Poder por muitas décadas juntamente com o seu partido dominante PAP tal como a FRELIMO é dominante politicamente e não por recorrerem à força de qualquer tipo ou meio, não foi contudo posto em causa pelos países Ocidentais, e nunca conseguiram explicar como é que ele e o seu PAP desmentiram com factos e obras prestadias essa sua tese de que ‘’sem alternância não há desenvolvimento económico’’.

A política de Singapura é caracterizada por um sistema de partido dominante. Como já disse, o PAP domina por mérito próprio os processos políticos da República parlamentarista à luz duma Constituição em vigor desde 1959. Isto fica evidente pelo facto de que obteve 82 dos 84 acentos do Parlamento nas eleições de 2006. Alem do PAP, existem ainda  o partido dos Trabalhadores de Singapura (WP) e o Democrático de Singapura (SDP), entre outros. O actual presidente da Singapura é Halimah Yacob desde 2017, enquanto e o primeiro-ministro Lee Hsien Loong está desde 2004, ou seja, há 15 anos. Na Singapura não há limitação de mandatos como aqui em Moçambique e noutros países como os EUA e a Franca. Essa limitação cabe ao povo, o mesmo acontecendo em vários outros como a Gra-Bretanha.

Outro dos países que é um desmentido ou que desqualifica esta tese ocidental é a China, que neste caso tem estado a ser governada pelo mesmo Partido Comunista desde 1949, ou seja, há 70 anos já. Com efeito, a China registou um espectacular desenvolvimento em tão pouco tempo sob a liderança do mesmo Partido, não obstante tenha também sido tão hostilizado pelos mesmos países ocidentais. Este País amigo de Moçambique conseguiu em apenas 30 anos um fabuloso desempenho económico, principalmente a seguir às reformas iniciadas por Deng Xiaoping em 1978. Hoje a China é a Fábrica do Mundo e é virtualmente a Primeira Economia Mundial 70 anos após ter sido criada por Mao Tse Tung faz este mês 70 anos. Quem diria!

A partir deste ano, o PIB manteve um crescimento real médio anual de 10% - que se compara com uma taxa de 3,7% para o período 1960-1977 - ao mesmo tempo que a sua inflação média mantinha-se nos 6% ao ano. Esse crescimento foi um dos factores por trás da sua gigantesca redução da pobreza. Segundo o PNUD, a China conseguiu reduzir o número de pobres tinham apenas um rendimento de menos de US$1 por dia, de 490 milhões para apenas 88 milhões entre 1990 e 2002, ou seja, em 12 anos! O PIB per capita (PPP) cresceu quase dez vezes em 26 anos entre 1978 e 2004, de acordo com o Center for International Comparisons of Production, Income and Prices, da Universidade da Pennsylvania.

De acordo ainda com dados do PNUD, o Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) da China passou de 0,53 em 1975 para 0,78 em 2006. O grau de urbanização também foi impressionante. A população urbana, que representava cerca de 18% do total em 1978, passou a ser agora de quase 44% em 2006. Por certo que agora é muito mais, já que passam mais 13 anos de 2006 para cá.

Não é por acaso que o Presidente chinês, Xi Jinping, diz que a China está mais próxima de atingir a prosperidade, o ponto mais alto do bem-estar-comúm dum povo. Nem os EUA que são avistas como o País onde todos os seus cidadãos tem pão, leite e mel nas suas mesas são uma nação prospera, porque o somatório da sua riqueza está concentrada em poucas mãos e não na maioria dos seus cidadãos. Para os singapurianos não se muda um partido ou líder só por mudar. Eles se guiam pela tese que reza que não se muda um cavalo que corre bem. Pior quando aquele que se aponta como sendo alternativa seja tão ruim ou pior que um burro.

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